Um hotel junto à costa norte de Portugal, acolhe os seus clientes, num fim de semana. Um homem vive dividido entre a atenção a dar à sua mulher e o espaço que ocupa a sua mãe no meio deles. Uma mãe promove o casamento da filha para facilitar a sua relação amorosa com o genro. Outra mãe vive através da filha, impedindo-a de tomar as suas próprias decisões. Três núcleos familiares em final de ciclo de aceitação.
Num hotel familiar junto à costa norte de Portugal, vivem várias mulheres da mesma família de gerações diferentes. Numa relação envenenada pela amargura tentam sobreviver no hotel em decadência. A chegada inesperada de uma neta a este espaço claustrofóbico provoca perturbação e o avivar de ódios latentes e rancores acumulados.
Outubro de 2019, Great Yarmouth, Norfolk (Reino Unido). Três meses antes do Brexit. Centenas de imigrantes portugueses continuam a chegar a esta vila costeira semi-abandonada, outrora um destino balnear de eleição para a classe trabalhadora Inglesa, em busca de uma vida melhor. Tânia (a Mãe dos Portugueses), antiga trabalhadora das fábricas, está agora casada com um inglês e lidera uma rede de contratação de mão-de-obra barata vinda de Portugal para trabalhar nas fábricas de peru da região. Numa região com uma das taxas mais altas de desemprego do Reino Unido (onde o voto Leave teve mais de 70%), Tânia vive da exploração dos emigrantes que instala nos decadentes hotéis da marginal (pertencentes ao pai do seu marido) na esperança de um dia vir a adquirir cidadania inglesa e deixar o negócio de alojamento dos imigrantes, transformando os hotéis do seu marido em residências para cidadãos seniores.
Um foco, baseado na Trilogia de Salta, que propõe a maravilhosa possibilidade de contacto com o universo de subtilezas e a vertigem desenfreada de uma obra de assombro para o cérebro e para o coração.
Abram os pulmões e deixem entrar o ar puro – que é o cinema de Lucrecia Martel.
EM EXIBIÇÃO A PARTIR DE 30 DE MARÇO
Fevereiro no Nordeste argentino. Sol escaldante e chuvas tropicais. Algumas terras tornam-se pantanosas. Mas esta não é uma história sobre pântanos: é sobre a cidade de La Ciénaga, os seus arredores e a vida de duas mulheres, Mecha e Tali, e das suas famílias. Duas famílias da média burguesia que um acidente vai reunir. Primeira longa-metragem de Lucrecia Martel, O Pântano é uma reflexão visceral sobre classe, natureza, sexualidade e política, e uma das mais aclamadas estreias de realização contemporâneas.
É Inverno em La Ciénaga. Amália, jovem adolescente, tenta salvar a alma de um médico de meia-idade, hospedado no hotel familiar.
Verónica está ao volante do seu automóvel quando, num momento de distracção, atinge qualquer coisa. Nos dias seguintes, ela sente-se como que a desaparecer, docemente indiferente às coisas e às pessoas que a rodeiam. Subitamente, confessa ao marido que matou alguém na estrada. Os dois regressam ao local do acidente, mas apenas descobrem o cadáver de um cão. O episódio parece ter ficado concluído e a vida retoma a sua normalidade. Mas uma terrível descoberta vem de novo atormentar Verónica…
Este ano realiza-se no Lido a 80ª edição do Festival Internacional de Cinema de Veneza.
Uma vez mais não quisemos deixar de fora a oportunidade de participar na iniciativa 𝟮𝟳 𝗧𝗜𝗠𝗘𝗦 𝗖𝗜𝗡𝗘𝗠𝗔 2023 que já enviou ao Festival cinco jovens espectadores do Trindade em anos anteriores: a Rita Durão (2022), o Tomás Basílio (2021), o Gonçalo Almeida (2020), a Alexandra Guimarães (2019) e a Camila Lobo (2018).
O Cinema Trindade e a Europa Cinemas vão oferecer a um jovem cinéfilo a oportunidade de ir ao Festival de Veneza de 2022 (que vai decorrer de 30 agosto a 9 setembro), um dos principais festivais de cinema do mundo.
REGULAMENTO da iniciativa 27 TIMES CINEMA
(Uma iniciativa: Festival de Veneza + Cinema Trindade + Europa Cinemas + Parlamento Europeu – Gabinete em Portugal + LUX Audience Award + Giornate degli Autori )
PARA QUEM?
– Jovens entre os 18 e os 25 anos;
– Bons comunicadores e activos nas redes sociais (facebook, instagram, tik tok e/ou youtube);
– Com boa capacidade para escrever artigos/textos para blogues;
– Bom conhecimento em inglês (lido, escrito e falado), para poder interagir e participar em iniciativas e conversas relacionadas com os filmes.
COMO PARTICIPAR:
1. Gravar um pequeno vídeo que explique o que é, para si, a Europa. O vídeo tem obrigatoriamente de começar com “Europe for me is…”
Especificações técnicas do video:
– filmado em inglês;
– filmado em alta-resolução de imagem (Full HD: 1920×1080 px) e óptima qualidade de som;
– duração: 30 segundos;
– incluir as informações: nome e país de origem.
2. Preencher o seguinte formulário (em inglês!):
https://form.jotformeu.com/Eur…/27TC-application-form-2023
3. enviar o vídeo e o formulário PDF preenchido via wetransfer (https://wetransfer.com/) para o e-mail
> [email protected] < até dia 31 de Março
O Cinema Trindade vai escolher 3 finalistas e enviar as suas candidaturas ao comité que está a organizar o passatempo que por sua vez escolherá o vencedor de entre todas as candidaturas submetidas pelos cinemas portugueses que fazem parte da rede Europa Cinemas.
EM EXIBIÇÃO A PARTIR DE 16 DE FEVEREIRO
“Muita confusão se criou em torno da máxima glauberiana – uma câmara na mão e uma ideia na cabeça – como se houvesse aí implicada a ideia de elementar improviso, pouca atenção ao trabalho de preparação dos filmes.
Tomá-la à letra, de forma redutora, é esquecer a enorme auto-exigência e o angustiado trabalho de criação de um cineasta realizador de obra complexa, onde ‘ideia’ envolve um rico processo de reflexão e de ensaio nos caminhos da expressão, e ‘câmara na mão’ significa abraçar uma nova estética de construção de recursos e faz, de um problema, um motivo de criação.”
– Ismail Xavier
BARRAVENTO [Brasil / 1962 / 81 min]
DEUS E O DIABO NA TERRA DO SOL [Brasil / 1964 / 120 min]
TERRA EM TRANSE [Brasil / 1967 / 108 min]
ANTÓNIO DAS MORTES OU O DRAGÃO DA MALDADE CONTRA O SANTO GUERREIRO [Brasil / 1969 / 100 min]
O LEÃO DE SETE CABEÇAS [Brasil, França, Itália / 1970 / 100 min]
A IDADE DA TERRA [Brasil / 1980 / 152 min]
A um mês do início das comemorações do nosso 6º aniversário, revelamos a identidade gráfica e começamos a desvendar alguns dos filmes que irão integrar esta programação especial de 10 dias.
Do primeiro eixo de programação – EXPECTATIVA’23 – farão parte os seis filmes que agora anunciamos. Entre eles está PACIFICTION de Albert Serra: o filme mais livre, louco e aventureiro da competição de Cannes de 2022 e incluído em inúmeras listas dos melhores filmes do ano.
EXPECTATIVA’23 vai integrar diversas antestreias de filmes que chegarão ao Trindade durante o ano de 2023. Há mais por revelar!
EXPECTATIVA’23
EO de Jerzy Skolimowski
TORI E LOKITA de Jean-Pierre e Luc Dardenne
QUERO FALAR SOBRE MARGUERITE DURAS de Claire Simon
HOLY SPIDER de Ali Abbasi
A ÁGUA de Elena López Riera
PACIFICTION de Albert Serra
O eixo PORTUGAL CINEMA engloba a antestreia de dois títulos muito antecipados dos realizadores Marco Martins e Carlos Conceição, e três filmes que têm a cidade do Porto como pano de fundo para a produção e construção das suas narrativas (ficcionais e documentais).
PORTUGAL CINEMA
GREAT YARMOUTH: PROVISIONAL FIGURES de Marco Martins
NAÇÃO VALENTE de Carlos Conceição
O QUE PODEM AS PALAVRAS de Luísa Sequeira e Luísa Marinho
MORADA de Eva ÂNGELO
PORTO de Gabe Klinger
Dedicamos a CLÁUDIA VAREJÃO um FOCO especial, com a exibição das suas três longas metragens. O mais recente LOBO E CÃO (2022), que encheu o Trindade nas suas três sessões especiais e está há várias semanas em cartaz; e recordamos AMOR FATI (2020) e AMA SAN (2016), dois documentários que mapeiam pessoas, locais e sentimentos com a sensibilidade emocional e beleza estética a que a realizadora nos habituou.
FOCO: CLÁUDIA VAREJÃO
LOBO E CÃO de Cláudia Varejão
AMOR FATI de Cláudia Varejão
AMA-SAN de Cláudia Varejão
Além de CLÁUDIA VAREJÃO outra realizadora estará em FOCO na programação especial do nosso 6o aniversário: a argentina LUCRECIA MARTEL. Depois de já ter apresentado no nosso cinema ZAMA (2017) e uma cópia restaurada de O PÂNTANO (2001) em 2022, ano em que TERMINAL NORTE (2022) também abriu o Doclisboa em simultâneo com o Trindade, chega agora o momento de ver ou rever os seus filmes em novas cópias restauradas.
São filmes que cimentaram Martel como uma voz única no panorâma actual do cinema argentino e mundial, explorações sobre desejo, sexualidade, existencialismo, envelhecimento, analisando a condição humana em toda a sua complexidade física e psicológica.
FOCO: LUCRECIA MARTEL
O PÂNTANO de Lucrecia Martel
A RAPARIGA SANTA de Lucrecia Martel
A MULHER SEM CABEÇA de Lucrecia Martel
TERMINAL NORTE de Lucrecia Martel
Vamos celebrar juntos!
Depois de termos sido privados de celebrar o 4º aniversário, este ano queremos tirar a desforra.
De 5 a 16 de Fevereiro vamos celebrar o 5º aniversário com um alinhamento muito especial, pautado pela habituais antestreias exclusivas e outros eixos de programação que nos levarão por uma viagem através de diferentes países e sempre na companhia dos melhores realizadores.
A PIOR PESSOA DO MUNDO
de Joachim Trier
[Noruega, França, Suécia, Dinamarca/ 2021/ 127 min]
SINOPSE
Prestes a completar trinta anos, Julie encontra-se numa crise existencial. Depois de ser pressionada pelo namorado, Askel, para assentar, a jovem invade uma festa e conhece Eivind, com o qual inicia um relacionamento amoroso, na expectativa de novas vivências. Porém, apercebe-se de que algumas escolhas de vida ficaram irremediavelmente para trás.
Os últimos dias de um casal de idosos atingidos pela idade e demência.
Rahim encontra-se preso devido a uma dívida que não conseguiu pagar. Durante uma saída precária de dois dias, tenta convencer o seu credor a perdoar-lhe uma parte da quantia, mas as coisas não correm como esperado.
Lisa está a sair de casa. Mara é deixada para trás. À medida que as caixas são deslocadas e os armários construídos, abismos começam a abrir-se e uma montanha-russa emocional é posta em movimento. Um filme de catástrofe tragicómica. Uma balada poética sobre a mudança e a transitoriedade.
Daniele é um jovem que vive nas margens da Lagoa de Veneza, ele sonha com um “barchino” (barco a motor) que bata recordes. Um conto vestigial de iniciação masculina, violento e destinado ao fracasso, explode arrastando a cidade fantasma para um naufrágio psicadélico.
O filme passa-se numa aldeia da Córsega situada nas montanhas, onde cada um vive o verão à sua maneira: as crianças brincam, os adolescentes flertam e os mais velhos comentam sobre a passagem do tempo no bar local. No calor de agosto, não demora muito para que as tensões aumentem no seio de uma família que lutava para impedir que rancores antigos viessem à superfície.
Um casal sem filhos na Islândia rural faz um dia uma descoberta alarmante no seu estábulo de ovelhas. Em breve enfrentarão as consequências de desafiar a vontade da natureza, neste sombrio e atmosférico conto folclórico, a impressionante estreia do realizador Valdimar Jóhannsson.
Na década de 1970, um homem desconhecido chega a uma calma cidade na província. Num restaurante, sem qualquer razão aparente, começa a insultar Cláudio, um reputado advogado. A comunidade apoia o advogado e o desconhecido é humilhado e expulso do local. Mais tarde, o homem que está determinado a executar uma terrível vingança, intercepta Cláudio e a sua mulher, Susana. O advogado segue um caminho sem retorno, envolvendo morte, segredos e silêncios.
★ Melhor Realizador, Actor e Fotografia – Festival de San Sebastián (2018)
Jaime registou tudo, até a própria morte. Dele, a filha recebeu mais de cem horas de vídeos caseiros e muitas incertezas. Como muitas pessoas da sua geração, Jaime levava uma vida na clandestinidade. Mas no seu caso, uma clandestinidade
provavelmente dupla. As imagens gravadas por Jaime ganham novos significados para dar lugar a questões sobre desejo, sexualidade, família e liberdade. El Silencio Es un Cuerpo que Cae é uma viagem a um passado íntimo e familiar, mas também a um passado político.
★ Seleção Oficial – Queerlisboa 2019
O que significa (ainda) acreditar no poder revolucionário do cinema? Quatro amigos juntam-se numa casa de campo para refazer partes de obras icónicas desse poder, como La Chinoise (1967) de Godard ou Nicht löschbares Feuer (1969) de Harun Farocki. Depois de Leones, a sua obra de estreia, o estilo elíptico de Jazmín López está de volta. Nunca sabemos de onde vem o som, nem para onde pode partir a câmara. O português Rui Poças é o diretor de fotografia.
★ Seleção Oficial (Tiger Award Competition) – Festival de Roterdão 2020
Literalmente, dois disparos desencadeiam esta história. Uma madrugada, Mariano,
um adolescente de 17 anos, encontra um revólver em casa e, sem pensar, aponta
a arma e dispara duas vezes. Sobrevive. Ninguém está desesperado nem antes nem depois desta ação. No entanto, a sua mãe, uma advogada de férias, o seu irmão técnico de informática, a rapariga que conhece, o quarteto de flauta e uns companheiros de viagem à costa atlântica, digamos que na sua plena normalidade não estarão. As ações de todas as personagens constroem o ambiente sem que seja preciso explicar alguma coisa. Rejtman entrega-nos um delicioso melodrama que vai absorvendo pouco a pouco esse humor absurdo e elegante, tão particular do realizador.
★ Seleção Oficial (Concorso Internazionale) – Festival de Locarno 2014
Durante vários dias e noites, um ator e uma atriz leem a correspondência trocada entre Torcuato e Kamala, os pais da realizadora, ele da Argentina, ela da Índia. As cartas, abarcando as décadas de 1950, 1960 e 1970, referenciam o amor e o idealismo, documentam viagens pelo mundo, falam de socialismo e psicanálise, dor e sonhos desfeitos. A sua leitura revela uma relação entre os atores, com diferenças e similitudes. Enquanto isso a filha, a realizadora, procura reconstruir o puzzle da memória familiar.
★ Seleção Oficial (Zabaltegi-Tabakalera) – Festival de San Sebastián 2019