Vê, Avalia e Ganha!
Está a decorrer até dia 27 de Abril a votação para eleger o filme vencedor do LUX PRÉMIO DO PÚBLICO 2025, troféu que distingue o melhor filme europeu do ano de acordo com o voto do público.
Habilita-te a ganhar uma viagem a Bruxelas para assistir à cerimónia de entrega do prémio, no dia 29 de Abril, e conhecer os realizadores dos filmes nomeados!
Há cinco filmes nomeados!
⭐️ FLOW, Gints Zilbalodis [Letónia, França/ 2024 / 84 min]
⭐️ DAHOMEY , Mati Diop [Benim, França, Senegal / 2024 / 68 min]
⭐️ INTERCEPTED, Oksana Kapovych [Canadá, França, Ucrânia / 2024 / 95 min]
⭐️ ANIMAL, Sofia Exarchou [Grécia, Áustria / 2023 / 116 min]
⭐️ O SILÊNCIO DE JULIE, Leonardo Van Dijl [Bélgica, Suécia / 2024 / 100 min]
Uma iniciativa:
– Parlamento Europeu
– Comissão Europeia
– LUX Audience Award
– European Film Academy
– Programa Europa Criativa – MEDIA
– Europa Cinemas
CINEMA FRANCÊS EM ESTREIA decorre entre Fevereiro e Maio. Este ciclo inclui algumas das obras que vão marcar o ano cinematográfico, onde se destaca o maravilhoso MISERICÓRDIA, Alain Guiraudie, considerado o melhor filme do ano [2024] para os Cahiers du Cinéma. Neste ciclo, vai ser possível ver um conjunto de filmes que abraçam a diversidade para formar um panorama sobre a sociedade francesa e o estado do mundo.
Histórias singulares que oscilam entre realidade e fantasia dentro do universo da ruralidade e da urbanidade, personagens excêntricos e cativantes, o culto da imagem e as transformações políticas são os temas predominantes de um trânsito de emoções que só o cinema consegue captar no imediato. Uma sociedade em constante transformação apresentada através de uma visão ampla, mas extremamente precisa.
Como nota a reter, o ciclo propõe uma (possível) abordagem a uma nova geração de cineastas como Jonathan Millet, Louise Courvoisier e Agathe Riedinger.
ESTREIAS:
27 de fevereiro | O IMPÉRIO, Bruno Dumont [França, Itália, Alemanha, Bélgica, Portugal/ 2024 / 111 min]
06 de março | BRINCAR COM O FOGO, Delphine Coulin & Muriel Coulin[França, Bélgica / 2024 / 118 min]
13 de março | SIGA A BANDA, Emmanuel Courcol [França / 2024 / 103 min]
27 de março | MISERICÓRDIA, Alain Guiraudie [França, Espanha, Portugal/ 2024 / 104 min]
27 de março | DIAMANTE BRUTO, Agathe Riedinger [França / 2024 / 103 min]
abril | À SUA IMAGEM, Thierry de Peretti [França / 2024 / 110 min]
maio | OS FANTASMAS, Jonathan Millet [França, Bélgica, Alemanha / 2024 / 116 min]
maio | VINGT DIEUX: HOLY COW, Louise Courvoisier [França / 2024 / 90 min]
A programação especial do 8º Aniversário do Cinema Trindade propõe um regresso às origens de Yorgos Lanthimos e Elia Suleiman; a tradicional incursão pela história do cinema através do TRINDADE CLASSICS, que permite a revisitação de alguns clássicos em novas e esplendorosas cópias restauradas em 4K e uns preciosos Apontamentos Sobre o Cinema Novo Brasileiro, que revelam uma abordagem às três trindades (conceito de Fernão Ramos), uma entre inúmeras possibilidades de organização deste movimento que revolucionou o cinema brasileiro nos anos 60.
No presente, as Afinidades Electivas entre Aki Kaurismaki – Pedro Costa – Victor Erice dão o mote para uma conversa sobre o cinema e o mundo. O módulo PORTUGAL CINEMA, através do seu braço Made in Porto, irá apresentar em estreia no Porto vários filmes de cineastas da cidade.
Com os olhos postos no futuro, a secção EXPECTATIVA’ 25 sugere um conjunto de filmes que vão marcar o ano cinematográfico. The Shrouds, o último e muito aguardado filme de David Cronenberg será a nossa grande estreia.
Como sala de cinema aniversariante, entre desejos e surpresas, vamos presentear o nosso público com VEREDA TROPICAL, Joaquim Pedro de Andrade, para nós, a melhor curta metragem de sempre do cinema brasileiro.
Ainda assim, o nosso presente mais desejado será sempre a vossa presença nesta festa constante que é o Cinema Trindade, bem aqui ao lado!
Para uma exposição que acabou por não acontecer, o Museu Pompidou perguntou
a Carax “Por onde anda?”. Neste filme-ensaio, o poeta, que sempre adjetivaram de “amaldiçoado”, fez volta e meia no passado (Denis Lavant dançando “Modern Love” em Mauvais Sang…), parou no presente (Nastya Golubeva Carax, a sua filha) e pensou no futuro (Do cinema? Do mundo?), chegando a este filme que cheira a Godard e que, como toda a obra de Carax, respira a beleza dos quatro cantos da vida.
De madrugada até à noite, algumas horas na existência do senhor Oscar (Denis Lavant), um ser que viaja de vida em vida. É alternadamente um abastado industrial, um assassino, um pedinte, uma criatura monstruosa, um pai de família… O senhor Oscar parece desempenhar papéis, interiorizando cada um de forma completa, mas onde estão as câmaras? Onde é a sua casa, onde está a sua família, o seu descanso?
Como descobri o cinema e o aprendi fazendo-o
Em 1970, perto de cumprir 23 anos de vida, fui convidado pelo José Fonseca e Costa para trabalhar como actor na sua primeira longa-metragem, O Recado. Até então, jamais sonhara fazer cinema, mas a ficção — a arte de contar histórias — sempre me atraiu e fascinou: desde a infância e até hoje, na literatura; a partir da adolescência e até ao cinema, no teatro. A mecânica humana, técnica e artística da criação cinematográfica, que adivinhei no platô da rodagem de O Recado, teve em mim o efeito do que imagino ser uma epifania.
Entre Janeiro de 1971 e Abril de 1974, a guerra colonial portuguesa obrigou-me a algumas viravoltas intercontinentais, aventurosas e enriquecedoras, que culminaram no exílio. Pelo caminho, creio que comecei a ver filmes com outro olhar e, secreta e envergonhadamente, muito de vez em quando, a imaginar fazê-los algum dia. Esse dia chegou com o 25 de Abril, com o meu regresso a Portugal, cansado do teatro, disponível para aproveitar a oportunidade que a liberdade recuperada e o entusiasmo colectivo de erguer um país novo me ofereceram: poder aprender cinema fazendo-o.
Consciente da minha ignorância profissional (técnica e artística), estabeleci prudentes e modestas etapas de aprendizagem e crescimento: comecei por realizar, entre 1974 e meados de 1975, pequenos documentários a preto e branco e com meios muito frugais, sobre a actualidade nacional, para a única televisão então existente (RTP); quando me senti mais confiante, atrevi-me a fazer o meu primeiro filme, “Barronhos – Quem Teve Medo do Poder Popular?’”, um documentário dramatizado sobre um crime de morte num bairro de lata, durante o Verão Quente de 1975; a seguir, em 1977, voltei ao preto e branco, e realizei a primeira longa-metragem de ficção, “A Fuga”, baseada numa fuga real de um preso político do forte de Peniche; em 1979, adaptei o romance “Cerromaior”, de Manuel da Fonseca, um escritor que sempre admirei; e em 1982/84, dediquei o meu quarto filme, “Sinais de Vida”, à vida e obra de um grande escritor, poeta e pensador do século XX português, Jorge de Sena. A seguir, voltei a sair de Portugal e parei de filmar por quase 7 anos, embora continuando a escrever e a tentar concretizar alguns projectos, acabando por realizar um deles… na China.
Vejo os meus quatro primeiros filmes como “exercícios preparatórios” de criação cinematográfica, nos quais fui descobrindo, expressando e afirmando o meu olhar e a minha voz, os meus temas nucleares e recorrentes, o meu estilo, a minha forma de narrar e de comunicar humanamente através do cinema. Todos os filmes que se lhes seguiram brotaram desses quatro filmes “iniciais, inteiros e limpos”, numa evocação sentida das palavras imorredouras de Sophia de Mello Breyner Andresen.
Luís Filipe Rocha
Cinema Trindade – Setembro de 2024
Entre 28 e 30 de Setembro, o Cinema Trindade assinala o centenário de Marcello Mastroianni, através da exibição de quatro filmes pouco vistos: VIAGEM AO PRINCÍPIO DO MUNDO, Manoel de Oliveira (derradeiro filme), O APICULTOR, Theo Angelopoulos, GABRIELA, Bruno Barreto e O GRANDE ENGARRAFAMENTO, Luigi Comencini, sendo que neste último, ao invés dos restantes, Mastroianni não é o protagonista, mas surge num desempenho bastante irónico.
Este ciclo, apesar de não incluir obras de cineastas que desenvolveram uma admirável colaboração com Mastroianni, como Scola, Antonioni, Visconti, Monicelli e sobretudo Fellini – dada a opção por mostrar filmes mais raros -, não deixa de ser, acima de tudo, uma excelente oportunidade para celebrarmos um ícone do cinema.
A propósito da estreia de MOTEL DESTINO, o Cinema Trindade propõe um ciclo de cinema que explora a relação SERTÃO – MAR no cinema de Karim Aïnouz.
O ciclo é composto pelos filmes O CÉU DE SUELY; VIAJO PORQUE PRECISO VOLTO PORQUE TE AMO (sertão) e PRAIA DO FUTURO; MOTEL DESTINO (mar), este último em estreia absoluta em Portugal e com a presença do realizador, na Sexta-feira, dia 16 de Agosto, às 21h30.
“Persona é um caso à parte. O início é avassalador como poucos outros: intenso, denso, desconcertante, perturbador, intrigante, visceral, arrebatador.
É simultaneamente uma vasta abertura do e para o filme, e uma porta que, de alguma maneira, se fecha sobre si própria à medida que se vai abrindo.
A primeira imagem marca de forma indelével a nossa experiência enquanto espectadores (…)”
Luís Nogueira, in Argumento